sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Seis anos depois

Hoje voltei aqui. Foi durante uma noite sem sono como tantas outras que já me trouxeram.
Andei lendo alguns posts antigos... Pqp como mudei! Mas pqp, como tem tanta coisa que ainda me parece igual...
Quanto cabe do adolescente-no-armário no psicólogo da UBS? A gente tira uma coisa, mas sempre engaveta outra. Sem falar da meia-sem-par esquecida embaixo da pilha de cuecas furadas.
Hoje eu queria alugar um psicanalista. Sei lá. Tô sentindo tudo no estômago. Mas naquele estômago que é do psicanalista e não do médico que receita leite de magnésio. Faz tempo que tô querendo, mas faz tempo que tô evitando. Eu sempre tenho dessas. Só enfrento o dragão quando já estou dentro da boca do dito cujo. Por que me permito arrastar o sofrimento? Tudo bem legitimá-lo. Mas arrastá-lo?!
Tem tanta coisa no meu estômago. E a pizza do jantar é a menor delas.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


Ele passou o dia todo deitado na cama, olhando pro teto, tentando encontrar uma salvação
Mas nada aconteceu
Talvez a salvação seja passar o dia todo deitado na cama, olhando pro teto
Nem gosto, nem desgosto
Não acontecer nada as vezes é lucro

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

terça-feira, 26 de julho de 2011

"... uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso."
(Clarice)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

"Um dia, quando todos os livros forem queimados por inúteis, há de haver alguém, pode ser que tenor, e talvez italiano, que ensine esta verdade aos homens. Tudo é música, meu amigo. No princípio era o dó, e o dó fez-se ré, etc. Este cálice é um breve estribilho. Não se ouve? Também não se ouve o pau nem a pedra, mas tudo cabe na mesma ópera... "

domingo, 6 de março de 2011

Ímpar.

Eu, quando criança, gostava de números ímpares. Quando eu olhava para uma das minhas mãos, percebia que eu poderia dividir dois dedos para cada lado e que sobraria um dedo no meio. Por algum motivo, eu gostava disso. Hoje me sinto esse dedo. Me sinto a sobra. Me sinto o resto. E já não gosto mais.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Na verdade (a garota sempre tentando ser transparente consigo mesmo, uma quase adaptação de Macabéa), não sei como começar esse texto, talvez porque não saiba nem como organizar as palavras certas, no lugar certo da minha mente inundada por essa perdição desconexa. Pensando bem, o que há dentro de mim se trata de quê? Acho que é um preenchimento vazio… Algo existente entre minha mente e meu coração, um certo lugar que não sei localizar. E agora me pergunto: Será que esse lugar é a tão falada alma? Sei lá, mas, milagrosamente, acho que sei sobre o que é esse vazio. É vazio de amor, de abraço, de corpos entrelaçados e olhos desejosos; também vazio de boca faminta, sorriso sincero e felicidade mútua. O preenchimento se trata de memórias inexistentes, saudades de não sei o que, flashs psicodélicos e tristeza. Tristeza? Então é amor… Talvez? Não, é o oposto dele, é a incapacidade de tê-lo. Dor de amor dói, mas a morte e falta dele é de uma tristeza implacável: quase um velório com caixão lacrado e vazio, com o corpo perdido por aí. É ver a vida em branco e preto, bonita, confusa e tão sem graça, repleta de uma indiferença desconcertante. O coração teima em bater. Mas e a lágrima? O riso? Os sonhos?? Teimam em não existir.

(Maria Rita)